Quem é o Mito?


Não pretendo aqui discorrer sobre a epistemologia do mito, nem tampouco aprofundar o debate nesse tema que traz em si uma concepção de mundo e uma identidade cultural de um povo, mas fazer uma analogia de fatos atuais com o tema em questão.
Quando nos referimos aos mitos, estamos falando de um estágio da humanidade que se forja numa narrativa desprovida de qualquer valor cientifico, mas que a pronunciação das “verdades” naquele momento, carrega em si uma forte carga pedagógica, pois sua narrativa contém os ensinamentos necessários que atendem aquela necessidade. A Palavra Mythos deriva de dois verbos: do verbo mytheyo que significa contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Portanto é um erro atribuir ao mito um papel meramente fantasioso ou fantasmagórico, é preciso reconhecer a sua importância ate mesmo na formação de nossas consciências, pois essas, primeiramente e acima de tudo, são míticas.
Mas porque estamos falando de mito? Ultimamente emerge um personagem na politica brasileira que é proclamado por seus seguidores de “MITO”. Ora, mais o que de representativo ele fez ou falou para ser considerado parte importante da história humana ?. Esse personagem nada fez em prol de uma grande comunidade, e substancialmente é irrelevante na transformação de muitas vidas ate aqui, então alivia-se das suas costas o peso do MITO.
Contudo, o mito como falado acima, é também uma construção alegórica de fatos e casos, ou seja, o mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra. Antigamente na Grécia, quem cumpria essa função, eram grupos de oradores conhecidos como Aedos e Rapsodos e percorriam todo o território divulgando e propagando os mitos em forma de epopeias, que é aquilo que vem antes da palavra.  Talvez aqui tenhamos alguma semelhança com nosso personagem politico que se apresenta como presidenciável, o falar, o pronunciar e nesse caso cabe bem uma característica do mito adotado por essa figura, uma vez que o que ele fala se manifesta como verdade, de origem intuitiva, pré-reflexiva, não havendo comprovações críticas e racionais, mas o que ele profere que fazem com o de chamem de MITO? Bom, seria o discurso intolerante e de ódio? O desrespeito mais primitivo ao ser humano, o machismo prepotente de quem não quer perder para o sexo “mais frágil”, o preconceito e o racismo velado, a sua natureza doentia o desponta como principal líder da homofobia.
Sua paixão e veneração pelo o objeto que mata faz despertar os piores desejos e sentimentos que possamos ter. Com certeza suas atribuições não seriam dignas de um período tão fértil e de crescimento para a humanidade, mas se assim alguns sustentam que seja, que claro fique que esse mito é desvirtuado da sua essência política, econômica e social.  Mas a titulo de comparação, numa brevíssima analise comparativa, temos no cenário político, um homem que foi se forjando e transformou-se no maior líder popular desse país, não que possa ser considerado um MITO, pelo contrário, longe disso, pois teve a oportunidade de fazer muito mais do que fez, teve a chance de romper com as amarras históricas que nos prendem ao passado oprimido e explorado, mas, resolveu conciliar e não bancou sequer o debate mínimo da democratização da mídia, da educação popular enquanto ferramenta de transformação social e pouco souberam apresentar o pouco que fez mais esse pouco já foi muito comparado ao histórico do nosso “MITO” caricaturado.
Bom, vejamos, um menino pobre que nasceu no sertão nordestino, que desde muito pequeno viu o que é a necessidade nua e crua, o jovem semi analfabeto que foi até o maior centro industrial do país em cima de um pau de arara em busca de melhoria de vida, e que em pouco tempo passou a liderar a classe operaria e se firmou frente a sindicatos combatentes na pauta pelo direito dos trabalhadores e trabalhadoras.
Esse mesmo menino pobre, semianalfabeto chegou ao posto máximo do país conduzido pelo povo por duas vezes, seus feitos ainda que tímidos e insuficientes merecem ser constatados, pois foi muito além do que o povo sempre teve por parte dos governos anteriores, mais de 30 milhões fora da linha da pobreza, mais de 9 milhões nas universidades Brasil e mundo afora, Energia elétrica até a última casa do rincão mais distante desse país, médicos onde jamais haviam chegados se que técnicos em saúde, bolsa família, e muitas outras políticas, que muitos chamam de assistencialistas e populistas, mas que muito ajudou o nosso povo. Além de tudo isso e por isso, querem o impedir novamente de ser eleito, e numa campanha difamatória, dia e noite o atacam, o condenam sem provas, mais ele não abala, e como massa de bolo, a cada batida mais cresce. Feitos, histórias, fatos. Se tivéssemos que atribuir o papel de MITO, a quem seria mesmo?


Por Flavio de Paula

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