A INSURREIÇÃO DA ALVORADA


A noite escura veio

E com ela, o frio perturbador

Céu nublado e tempo fechado

Angustiado, senti-me isolado

Com frio, com medo e dor


As estrelas não brilhavam

A lua não aparecia

A neblina, escura e fria

Deixa turva a visão

Buscávamos a luz, mas só havia escuridão


Com medo me recolhi, 

Todos nos recolhemos

Não havia mais encontro e contatos

Tão poucos os calorosos abraços

Nos restou a teimosia


“Devolvam-nos a luz do dia”!

Disseram com rebeldia

Os amantes da primavera

Que por ventura deveras

Eram mais do que se sabia


Mas a noite ela tinha dono

E nos foi imposta, para aumentar o lucro destes

Pois o dia estava caro

E a luz gerava vida

A ao sistema não restava saída

Se não decretar o anoitecer total


Então notou-se a necessidade

Do início da conspiração

“Vamos libertar o dia”!

Planejou-se então uma revolução:

Tomar o controle do tempo

E por fim ao Estado de escuridão


E quanto mais o tempo escuro passava 

Mais o frio da noite incomodava

E a conspiração só aumentava

Ganhando adeptos em sua construção 

Era chegada a hora então!


“A insurreição da alvorada”

Ganhou o nome daquela operação

Eram tantos os camaradas

De tantas realidades diversas e variadas

Que os donos da noite, tiveram que ceder


E então, o dia foi libertado

Por ter estado acorrentado

Estava meio triste, e um tanto cansado

Mas logo foi reaquecido e alimentado

E voltou ao seu eterno lugar


Trouxe de volta a sua luz resplandecente

E afastou o frio dos corações gelados

Pois fim a escuridão da desconfiança

E devolveu a todos, a visão fundamental

Do Horizonte da Esperança


 



      

Danyllo Baracho



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